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A Poesia da Diversidade

A globalização  tem um carácter de hegemonia cultural que subverte tudo à sua lógica, transformando todas as referências familiares, religiosas ou comunitárias dos indivíduos em fenómenos padronizados, sobretudo no seio das culturas minoritárias.  Deste modo, estes lutam para preservar os elementos de afirmação da sua identidade: a língua, a religião, a etnia, os costumes, as tradições… Na verdade, a palavra globalização contém  um sentido implícito: a ideia de que o domínio de uma monocultura é inevitável. Apesar de tal propósito ter avançado drasticamente nas últimas décadas, as culturas dominantes começam a aperceber-se da necessidade de preservar a diferença.  Essa noção tem-se desenvolvido à medida que se intensifica a circulação de pessoas pelo mundo, através dos fluxos culturais que resultam dos movimentos migratórios. Assim, a exposição de novas culturas no seio de outra cultura conduz a novos fluxos culturais de grande riqueza, desde que não ocorra marginalização e xenofobia. São esses pontos de contacto entre culturas que demonstram que a existência de uma tendência para a globalização da cultura, não conduz necessariamente à homogeneização do planeta. Pode, sim, levar à criação de um mundo cada vez mais rico culturalmente, ou seja, a expansão de uma cultura mundial cada vez mais estandradizada não determina, conforme demonstram os estudos, que as pessoas estejam a ficar sujeitas a um imaginário comum. Embora expostas às mesmas ideias, influências e padrões culturais e embora recebam os mesmos produtos mediáticos, as pessoas recebem-nos e utilizam-nos de forma diferente, o que assegura a diversidade cultural.

Como a escola é o palco onde este fenómeno é mais visível, cumpre-lhe tirar partido da diferença e enriquecer o padrão cultural dos alunos, ajudando-as a compreender e a aceitar essa diferença, enriquecendo assim a individualidade, face às tendências globalizantes.

Por essa razão, este ano, o Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro, caracterizado pelo pluralismo de nacionalidades e etnias no perfil constitutivo do seu público escolar,  comemora o Dia Internacional da Língua Materna, dia 22 de fevereiro, com uma festa intercultural onde a musicalidade das várias línguas  se reúne numa só dimensão – a poesia.  (Ver informação AQUI).

O evento decorre da iniciativa do Departamento de Línguas e conta com diversos contributos, musicais e organizativos de vários órgãos e departamentos do agrupamento e ainda com a presença do poeta José Fanha, de quem partiu o desafio de unir a diversidade linguística pelos nós da poesia.